Antonio Souto
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A força da sensibilidade

Em um vilarejo tranquilo, rodeado por montanhas e riachos, vivia um homem chamado Marcos. Ele era conhecido por todos como uma pessoa sensível e gentil. Sua sensibilidade não se manifestava em atos de bravura ou feitos heroicos, mas sim em gestos simples e genuínos de bondade e compaixão.

 

Marcos trabalhava como professor na única escola do vilarejo. Todos os dias, ele caminhava pelo caminho de pedras, cumprimentando cada pessoa que encontrava com um sorriso caloroso. As crianças adoravam suas aulas, não apenas porque ele ensinava com paciência e amor, mas porque ele conseguia enxergar e valorizar a individualidade de cada um.

 

Apesar de sua natureza bondosa, muitos no vilarejo o viam como fraco. Diziam que sua falta de ambição e a maneira como ele evitava conflitos eram sinais de fragilidade. Mas Marcos sabia que sua verdadeira força residia em sua capacidade de entender e sentir as emoções dos outros. Ele acreditava que a verdadeira fortaleza não estava em dominar ou vencer, mas em compreender e cuidar.

 

Um dia, um evento inesperado abalou a paz do vilarejo. Uma forte tempestade desceu das montanhas, causando inundações e deslizamentos de terra. Muitas casas foram destruídas, e as pessoas ficaram desesperadas. Em meio ao caos, enquanto alguns se desesperavam e outros buscavam refúgio, Marcos começou a agir.

 

Ele organizou um grupo de voluntários para resgatar aqueles que estavam presos em suas casas. Usando sua sensibilidade, ele conseguia acalmar as crianças assustadas e oferecer palavras de conforto aos adultos. Sua presença serena e determinada inspirava os outros a agirem com coragem e solidariedade.

 

Marcos também sabia que a reconstrução do vilarejo exigiria mais do que apenas esforços físicos. Ele começou a organizar reuniões comunitárias, onde as pessoas podiam compartilhar suas histórias, suas dores e suas esperanças. Nessas reuniões, ele incentivava todos a falar e a escutar, ajudando a comunidade a encontrar força em sua união.

 

Com o tempo, o vilarejo começou a se reconstruir. As casas foram reparadas, as escolas reabertas e a vida retomou seu curso. Mas algo havia mudado. As pessoas passaram a ver Marcos de uma forma diferente. Reconheciam agora que sua sensibilidade e empatia eram suas maiores forças, qualidades que haviam ajudado a comunidade a superar a tragédia.

 

Marcos continuou a viver sua vida da mesma maneira, com gentileza e compaixão. Mas agora, ele era respeitado e admirado por todos. Sua fraqueza aparente havia se revelado como sua maior fortaleza, elevando-o a uma espiritualidade maior, onde ele podia inspirar e guiar os outros com seu exemplo.

 

E assim, no vilarejo rodeado por montanhas e riachos, a história de Marcos se tornou uma lição eterna sobre a verdadeira natureza da força e da sensibilidade.

 

Este conto foi escrito em homenagem aos, muitos Marcos, que ajudaram durante a catástrofe que se abateu no Rio Grande do Sul

Antonio Souto
Enviado por Antonio Souto em 15/07/2024
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