Antonio Souto
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A garota do teco teco
Na pequena cidade de Brotolândia, um lugar onde os dias pareciam durar eternamente e as brincadeiras de rua eram a essência da infância, vivia uma garota chamada Teca. Seus dias eram marcados pelo som constante do "teco, teco, teco" das bolinhas de gude que rolavam pelas ruas poeirentas. Desde muito cedo, Teca descobriu sua paixão pelo jogo de bolitas. A cada movimento, a cada tacada certeira, ela mergulhava em um mundo próprio, onde as cores brilhantes das bolinhas se misturavam aos risos e gritos animados da garotada. Com uma sacola cheia de bolinhas no ombro, Teca era a rainha das disputas de gude. Enquanto outras meninas da sua idade se ocupavam com bonecas e brincadeiras mais tradicionais, Teca preferia a empolgação das competições de bolitas. A sacola dela era como um tesouro, e suas habilidades no jogo a tornavam respeitada por todos os meninos do bairro. Ela não se importava com os estereótipos de gênero; sua alegria vinha das pequenas esferas coloridas que dominavam seu mundo.

Entretanto, à medida que o tempo passava, Teca começou a perceber que suas habilidades iam além do universo das bolinhas de gude. Seu talento para cantar não passou despercebido quando, em uma festa na capela do lugar, ela foi chamada para entoar suas músicas. A garota que antes se destacava apenas nas brincadeiras de rua agora conquistava os corações de todos com sua voz encantadora. Seus dias de infância, marcados pelo "teco, teco, teco" nas brincadeiras de rua, deram lugar a um novo capítulo. Teca, a garota do gude, tornou-se Teca, a cantora da pequena cidade. Sua fama cresceu rapidamente, e ela descobriu uma nova alegria em compartilhar sua música com o povo do Brasil. A sacola de bolinhas ainda estava lá, mas agora era acompanhada por um microfone. Teca continuava a ser a mesma menina alegre, mas sua paixão por cantar trouxe uma nova dimensão à sua vida. Os postes que uma vez foram testemunhas das competições acirradas de bolitas agora viam Teca subir neles para encantar a todos com sua voz melodiosa.

Assim, a garota do "teco, teco, teco" na bola de gude viu seu nome ecoar não apenas nas ruas empoeiradas de Brotolândia, mas em todo canto, em todo lado, até por aqueles que nunca a viram jogar. E a grande alegria de Teca, que continuava a cantar com cortesia, era levar sua música para o povo do Brasil, celebrando a infância, a simplicidade e a beleza que reside nas coisas simples da vida.
Antonio Souto
Enviado por Antonio Souto em 27/11/2023
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